Pages

terça-feira, 27 de novembro de 2012

História da Igreja de Lagoa Funda / Beberibe

No dia de 1990, o Senhor Antônio Francisco das Chagas, membro da comunidade de Lagoa Funda, Município de Beberibe, iniciou nesta comunidade um trabalho de organização comunitária. A partir do seu envolvimento com um grupo de oração em Fortaleza, determinado “Força Jovem de Cristo”, sentiu-se atraído pela ideia de formar um grupo de oração em Lagoa Funda, o qual criado mais tarde com um nome de Grupo Nossa Senhora de Fátima.

            Este grupo de oração se reunia todos os terceiros domingos do mês. Em uma dessas reuniões, o Senhor Antonio Francisco das Chagas, conhecido de todos pelo nome de Bené, falou da importância de se edificar uma capela em Lagoa Funda. Segundo Bené, ela iria contribuir para melhorar a vida dos seus moradores, transformando-se em um lugar de peregrinação. Todos concordaram com a ideia de sua construção e foi sugerido que o nome da padroeira fosse Nossa Senhora de Fátima.
            Posteriormente, realizou-se uma consulta aos moradores de Lagoa Funda sobre a escolha do nome da padroeira, a qual foi indicada pela maioria para ser Nossa Senhora de Fátima.
            Durante a realização de uma assembleia geral, aconteceu a doação de tijolos por alguns membros da comunidade e a cessão de um terreno por Dona Altina.
            As pessoas mais dinâmicas da comunidade começaram a se envolver com catequese, novenas, apresentação da Paixão de Cristo, leilões, feiras da pechincha, bingos, dramas, desfiles de moda e outras tantas atividades que levaram o povo a crescer na fé. Com a realização desses trabalhos, foi arrecadada uma pequena quantia para iniciar a construção da capela.
            A comunidade enfrentou problemas de toda ordem: da falta de interesse de algumas autoridades eclesiásticas para apoiar o movimento de Lagoa Funda em prol da construção de sua capela às dificuldades de levar o material de construção até o local, pela inexistência de acesso. Este último problema foi sanado mais tarde com a construção de uma estrada pela Prefeitura. Outra força importante partiu de dona Altina Colaço a qual lutou para conseguir autorização junto a Arquidiocese de Fortaleza para que a capela fosse construída.
            Em 22/01/1990, foi iniciado o alicerce, sob o qual seria erguida uma capela de 220m2 (duzentos e vinte metros quadrados). Durante o período da construção, toda a comunidade foi engajada: Até os jovens e as crianças se sensibilizaram com a luta da comunidade e também se engajaram no trabalho de mutirão.
            A escassez de recursos para continuar a obra levou os comunitários da Lagoa Funda e reivindicar apoio junto a paróquia do Município de Beberibe e a Arquidiocese, os quais demonstraram pouco interesse pela luta da comunidade.
            Apesar de todas as dificuldades, a comunidade se mantinha firme na sua fé e em nenhum momento chegou a desanimar.
            Um certo dia, o Senhor Bené foi orientado a procurar a Secretaria do Trabalho e Ação Social, visto ser esse órgão, responsável pelas políticas Sociais no Estado.
            Fotos acompanhados de um ofício foram encaminhadas a esta Secretaria, a qual destacou um técnico para fazer o estudo de viabilidade do projeto de construção de Capela de Lagoa Funda.
             Devido a inexistência de uma Associação comunitária em Lagoa Funda, o projeto foi aprovado e repassado para a Associação de Desenvolvimento de Sucatinga, a qual transferiria a verba para a comunidade de Lagoa Funda. Referido recurso foi utilizado na compra de madeira.
             Posteriormente, foi liberado outro projeto, o qual possibilitou a compra de telhas.
             Vários membros da comunidade doaram objetos parea a Igreja, como imagens, castiças, sacrário, mesa de altar e mesa de liturgia. Aos poucos o sonho da comunidade ia se concretizando.
              A comunidade ia aos poucos melhorando a sua organização, a qual culminou com a fundação da União de Moradores de Lagoa Funda.
              Certo dia, durante o momento de oração, quando oito pessoas agradeciam a Deus pele desenvolvimento da comunidade, duas dessas pessoas tiveram uma visão, onde aparecem um pássaro voando e a imagem de Nossa Senhora das Dores. Ao lado a imagem, um homem semelhante a figura do Papa também apareceu na visão. Algumas pessoas do grupo achou que diante do fato a Igreja poderá ser de Nossa Senhora das Dores, mas outros consideraram que não tinha fundamento divulgar as visões da comunidade.
              Transcorrido um ano, após a ocorrência das visões, quando a capela já se encontrava em sua fase de conclusão, a comunidade foi visitada pelo Padre Gerardo, da Paróquia de Beberibe. Após visitar a capela, o padre Gerardo perguntou sobre o nome da padroeira, ao que a pessoa responderam Nossa Senhora de Fátima. Imediatamente, ele informou da impossibilidade de ser Nossa Senhora de Fátima, pois ele já era padroeira de Uruaú, comunidade vizinha a Lagoa Funda.
               O padre e os presentes pensaram como substituir o nome de Nossa Senhora das Dores.
                As pessoas do grupo que tinham visto as visões começaram a perceber as conincidências das visões. Sentiram que Deus iria reservar mais surpresas para seu povo.
                 Um dia, chegou à comunidade o comunicado de que um Senhor tinha sino e a imagem de Nossa Senhora das Dores, herdada de uma Capela de nome Nossa Senhora das Dores, que a oitenta anos, estava localizada na divisa de Lagoa Funda com Barracas. Após um período, a imagem foi transferida para a comunidade de Piquiri, onde foi muito\festejada e adorada pelos romeiros.
                 Após este período, a imagem de Nossa Senhora das Dores foi guardada pelo Senhor João Lucas, o qual a doou juntamente com o sino à comunidade de Lagoa Funda.
                 A comunidade festejou o fato e iniciou a última campanha para concluir a Capela. Várias cartas foram enviadas a outras comunidades solicitando ajuda.
                 A secretaria do Trabalho e Ação Social, através da Fundação da Ação Social liberou recursos para a compra de bancos.
                 A profecia do grupo aos poucos ia se concretizando. Vários projetos foram conseguidos, como por exemplo: aquisição de equipamento para costura a bordado, treinamento de mão-de-obra para a construção de banheiros; bem como foram doados dois hectares para a realização de projetos comunitários. A União de moradores de Lagoa Funda foi finalmente legalizada.
                  A comunidade se sente realizada e agradece a Deus pelas graças recebidas, que foram profetizadas por todos aqueles que ajudaram o povo da Lagoa Funda.


                                          Lagoa Funda, 25 de Dezembro de 1992


                                     

1 comentários:

  1. Parabéns!!!hoje tiro o chapéu pela a minha capacidade por eu ser muito jovem na época,sempre senti impucionado e obdiente a Deus acreditando em tudo que vinha na caminhada.hoje no ano 2019 continuo e parece não ter terminado a missão.

    ResponderExcluir