No
dia de 1990, o Senhor Antônio Francisco das Chagas, membro da comunidade de
Lagoa Funda, Município de Beberibe, iniciou nesta comunidade um trabalho de
organização comunitária. A partir do seu envolvimento com um grupo de oração em
Fortaleza, determinado “Força Jovem de Cristo”, sentiu-se atraído pela ideia de
formar um grupo de oração em Lagoa Funda, o qual criado mais tarde com um nome
de Grupo Nossa Senhora de Fátima.
Este grupo de oração se reunia todos
os terceiros domingos do mês. Em uma dessas reuniões, o Senhor Antonio
Francisco das Chagas, conhecido de todos pelo nome de Bené, falou da
importância de se edificar uma capela em Lagoa Funda. Segundo Bené, ela iria
contribuir para melhorar a vida dos seus moradores, transformando-se em um
lugar de peregrinação. Todos concordaram com a ideia de sua construção e foi
sugerido que o nome da padroeira fosse Nossa Senhora de Fátima.
Posteriormente, realizou-se uma
consulta aos moradores de Lagoa Funda sobre a escolha do nome da padroeira, a
qual foi indicada pela maioria para ser Nossa Senhora de Fátima.
Durante a realização de uma
assembleia geral, aconteceu a doação de tijolos por alguns membros da
comunidade e a cessão de um terreno por Dona Altina.
As pessoas mais dinâmicas da
comunidade começaram a se envolver com catequese, novenas, apresentação da
Paixão de Cristo, leilões, feiras da pechincha, bingos, dramas, desfiles de
moda e outras tantas atividades que levaram o povo a crescer na fé. Com a
realização desses trabalhos, foi arrecadada uma pequena quantia para iniciar a
construção da capela.
A comunidade enfrentou problemas de
toda ordem: da falta de interesse de algumas autoridades eclesiásticas para
apoiar o movimento de Lagoa Funda em prol da construção de sua capela às
dificuldades de levar o material de construção até o local, pela inexistência
de acesso. Este último problema foi sanado mais tarde com a construção de uma
estrada pela Prefeitura. Outra força importante partiu de dona Altina Colaço a
qual lutou para conseguir autorização junto a Arquidiocese de Fortaleza para
que a capela fosse construída.
Em 22/01/1990, foi iniciado o
alicerce, sob o qual seria erguida uma capela de 220m2 (duzentos e
vinte metros quadrados). Durante o período da construção, toda a comunidade foi
engajada: Até os jovens e as crianças se sensibilizaram com a luta da comunidade
e também se engajaram no trabalho de mutirão.
A escassez de recursos para
continuar a obra levou os comunitários da Lagoa Funda e reivindicar apoio junto
a paróquia do Município de Beberibe e a Arquidiocese, os quais demonstraram
pouco interesse pela luta da comunidade.
Apesar de todas as dificuldades, a
comunidade se mantinha firme na sua fé e em nenhum momento chegou a desanimar.
Um certo dia, o Senhor Bené foi
orientado a procurar a Secretaria do Trabalho e Ação Social, visto ser esse
órgão, responsável pelas políticas Sociais no Estado.
Fotos acompanhados de um ofício
foram encaminhadas a esta Secretaria, a qual destacou um técnico para fazer o
estudo de viabilidade do projeto de construção de Capela de Lagoa Funda.
Devido a inexistência de uma
Associação comunitária em Lagoa Funda, o projeto foi aprovado e repassado para
a Associação de Desenvolvimento de Sucatinga, a qual transferiria a verba para
a comunidade de Lagoa Funda. Referido recurso foi utilizado na compra de madeira.
Posteriormente, foi liberado outro
projeto, o qual possibilitou a compra de telhas.
Vários membros da comunidade
doaram objetos parea a Igreja, como imagens, castiças, sacrário, mesa de altar
e mesa de liturgia. Aos poucos o sonho da comunidade ia se concretizando.
A comunidade ia aos poucos
melhorando a sua organização, a qual culminou com a fundação da União de
Moradores de Lagoa Funda.
Certo dia, durante o momento de
oração, quando oito pessoas agradeciam a Deus pele desenvolvimento da
comunidade, duas dessas pessoas tiveram uma visão, onde aparecem um pássaro
voando e a imagem de Nossa Senhora das Dores. Ao lado a imagem, um homem
semelhante a figura do Papa também apareceu na visão. Algumas pessoas do grupo
achou que diante do fato a Igreja poderá ser de Nossa Senhora das Dores, mas
outros consideraram que não tinha fundamento divulgar as visões da comunidade.
Transcorrido um ano, após a
ocorrência das visões, quando a capela já se encontrava em sua fase de
conclusão, a comunidade foi visitada pelo Padre Gerardo, da Paróquia de
Beberibe. Após visitar a capela, o padre Gerardo perguntou sobre o nome da
padroeira, ao que a pessoa responderam Nossa Senhora de Fátima. Imediatamente,
ele informou da impossibilidade de ser Nossa Senhora de Fátima, pois ele já era
padroeira de Uruaú, comunidade vizinha a Lagoa Funda.
O padre e os presentes pensaram
como substituir o nome de Nossa Senhora das Dores.
As pessoas do grupo que tinham
visto as visões começaram a perceber as conincidências das visões. Sentiram que
Deus iria reservar mais surpresas para seu povo.
Um dia, chegou à comunidade o comunicado de que um Senhor tinha sino e a
imagem de Nossa Senhora das Dores, herdada de uma Capela de nome Nossa Senhora
das Dores, que a oitenta anos, estava localizada na divisa de Lagoa Funda com
Barracas. Após um período, a imagem foi transferida para a comunidade de
Piquiri, onde foi muito\festejada e adorada pelos romeiros.
Após este período, a imagem de
Nossa Senhora das Dores foi guardada pelo Senhor João Lucas, o qual a doou
juntamente com o sino à comunidade de Lagoa Funda.
A comunidade festejou o fato e
iniciou a última campanha para concluir a Capela. Várias cartas foram enviadas
a outras comunidades solicitando ajuda.
A secretaria do Trabalho e Ação Social,
através da Fundação da Ação Social liberou recursos para a compra de bancos.
A profecia do grupo aos poucos
ia se concretizando. Vários projetos foram conseguidos, como por exemplo:
aquisição de equipamento para costura a bordado, treinamento de mão-de-obra
para a construção de banheiros; bem como foram doados dois hectares para a
realização de projetos comunitários. A União de moradores de Lagoa Funda foi
finalmente legalizada.
A comunidade se sente
realizada e agradece a Deus pelas graças recebidas, que foram profetizadas por
todos aqueles que ajudaram o povo da Lagoa Funda.
Lagoa
Funda, 25 de Dezembro de 1992
Parabéns!!!hoje tiro o chapéu pela a minha capacidade por eu ser muito jovem na época,sempre senti impucionado e obdiente a Deus acreditando em tudo que vinha na caminhada.hoje no ano 2019 continuo e parece não ter terminado a missão.
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